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1º GUERRA MUNDIAL

A PAZ ARMADA 

A guerra travada entre a França e a Prussia em 1870 foi o ultimo grande conflito ocorrido na Europa no século XIX. Depois disso, o continente europeu atravessou um período d quase meio século de relativa paz. 

Nesse período, a partilha de territórios da Ásia e da África entre alguns países europeus e o acelerado processo de industrialização da sanções europeias estabeleciam um novo equilibro de forças na Europa. Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, Império Austro-Hungaro e Itália projetaram-se como as grandes potencias do continente, ao passo que outrora poderosos Império Turco-Otomano entrava em Declínio. 

Fortemente armadas, essas nações evitavam guerrear entre si, preferindo resolver suas disputas por meio de acordos diplomáticos e alianças. Em 1882, por exemplo, os governos da Alemanha, do Império Austro-Húngaro e Itália formaram a Tríplice Aliança.Em resposta, em 1907 os governos da Inglaterra, da França e da Rússia criaram a Tríplice Entente. 

Embora evitassem o confronto direto, o clima de tensão entre as potencias europeias era muito grande. Na verdade, vigorava entre elas uma paz tensa e instável. Por isso, esse período ficou conhecido como paz armada. 

A charge abaixo, de 1885, ilustra o período que ficou conhecido como "paz armada". Bismarck (à esquerda, representa a Alemanha), Tio Sam (à direita, símbolo dos Estados Unidos) e John Bull (no centro, personificação da Grã-Bretanha) trocam farpas entre si, vociferam uns contra os outros, mas não chegam a travar um verdadeiro combate. O título do diálogo é emblemático: "mais barulho que sangue".





O NACIONALISMO ACIRRA CONFLITOS 

O forte nacionalismo dos povos europeus acentuava antigos ressentimentos e instigava a rivalidade entre as nações. O franceses, por exemplo, nutriam desejos de vingança por terem perdido a Alsácia e a Lorena par aos alemães no final da Guerra Franco- Prussiana (1870).

Na capa do Le Petit Journal de fevereiro de 1914, lê-se abaixo da ilustração: "O supremo devaneio do grande patriota". A charge faz alusão ao o forte nacionalismo dos povos europeus, o que aumentava ainda mais a rivalidade entre as nações.



 Os alemães, por sua vez, ambicionavam ampliar seu império colonial. Por terem iniciado tardiamente sua participação na corrida imperialista - já que a unificação do pais ocorrera em 1871 - eles se sentiam insatisfeitos com o que lhes coubera na partilha dos territórios da Ásia e da África. 

Os Bálcãs viviam povos de diversas etnias e culturas, como gregos, eslavos, sérvios, croatas, turcos e búlgaros. Esses povos estavam sob o domínio do Império Truco-Otomano desde tempos remotos. Animados por fortes sentimentos nacionalistas, no século XIX eles passaram a se mobilizar contra o domínio turco-otomano. Os primeiros a se emancipar foram os gregos, cuja independência foi conquistada em 1821; em 1878, contando com o apoio dos russos que buscavam aumentar sua autonomia nos Balcãs, Sérvia, Montenegro e Romênia também conquistam sua autonomia politica, enquanto a Bósnia-Herzegovina foi formalmente anexada ao Império Austro-Húngaro. Os sérvios interessados no território foram os principais opositores da anexação. 


O ESTOPIM DA GUERRA

As rivalidades explodiram no dia 28 de junho de 1914, quando o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, e sua esposa, em visita à cidade de Saravejo, na Bósnia, foram assassinados por um estudante bósnio simpatizante da Sérvia. O atentado seria considerado o estopim da Primeira Guerra Mundial.


No dia 28 de julho, o governo do Império Austro-Húngaro, contando com o apoio do governo alemão, seu parceiro na tríplice aliança declara guerra à Servia, acusando suas autoridades de convivência com o assassinato do arquiduque. Os russos, aliados dos sérvios colocaram suas tropas de sobreaviso. 

Fieis a sua aliança com a Áustria, os alemães declararam guerra aos russos e franceses, que integravam a Tríplice Entente, juntamente com os ingleses. No dia 4 de agosto, o governo da Inglaterra juntou-se a seus parceiros da Entente e entrou no conflito contra austro-húngaros e alemães. 

Em pouco tempo, outros povos, como japoneses, interessados nas possessões alemãs do Pacifico, e os turcos-otomanos, adversários dos russos, também entraram no conflito: os primeiros ao lado da Entente; os segundos, em apoio as potencias centrais (isto é, Alemanha e Áustria). No início a Itália era um país neutro, apenas em 1915 a Itália entrou na guerra ao lado de França, Inglaterra e Rússia. 

O mapa mostra o início dos conflitos, assim como a divisão dos países: Tríplice Aliança e Tríplice Entente. 




O BRASIL NA GUERRA

No início da Primeira Guerra Mundial, o governo brasileiro decretou neutralidade e assim permaneceu ao longo dos três primeiros anos do conflito. A situação começou a se modificar em abril de 1917, quando o pais rompeu relações diplomáticas com a Alemanha pelo fato de um submarino alemão ter afundado um navio comercial brasileiro no litoral norte da França. No mês seguinte, dois outros navios mercantes brasileiros foram bombardeados na Europa. Como represaria o governo brasileiro decretou o fim da neutralidade e apreendeu 45 embarcações alemãs ancoradas no litoral brasileiro. O ataque a um quarto navio mercante, em outubro de 1917, levou o Brasil a decretar guerra a Alemanha, tornando assim o único país da América do Sul a entrar no confronto mundial. 

O governo brasileiro enviou em maio de 1918 seis navios de combate e mais dois navios auxiliares que ficaram navegando ao longo da costa da África para observar a movimentação das forças inimigas. O brasil enviou uma missão de 92 médicos À França com o objetivo de instalar um hospital militar em Paris. Porem, mais do que atender feridos de guerra, os médicos acabaram cuidando principalmente das vitimas da gripe espanhola, que se espalhava rapidamente. 




Essa doença, que se alastrou pelo mundo entre 1918 e 1919, era capaz de matar uma pessoa em até 72 horas depois da sua contaminação. Segundo algumas estáticas, a gripe espanhola matou 22 milhões de pessoas em todo mundo, numero superior ao dos mortos nos combates da Primeira Guerra Mundial. 


BRUTALIDADE SEM PRECEDENTES 

Inicialmente, os lideres europeus acreditavam que a guerra não duraria muito tempo. O conflito, porém, revelou-se muito mais difícil de ser superado: durou quatro anos, envolveu muitas nações e teve ações de uma brutalidade sem precedentes, afetando a vida não só dos militares engajados, mas também da população civil que não fazia parte das frentes de batalha. 

Todo avanço tecnológicos da indústria bélica foram utilizados no conflito. Além de armamentos já considerados antigos, como morteiros, granadas, acanhoes e metralhadoras, pela primeira vez na história, utilizaram-se armas químicas, submarinos e lança-chamas. Ate mesmo, aviões foram empregados para bombardear tropas em terra. 

Nos primeiros meses, o conflito caracterizou-se pela chamada “guerra de movimento”: as tropas procuravam se mobilizar rapidamente em campo aberto, com o proposito de conquistar territórios. A tática, porém, não foi muito boa: os avanços territoriais eram pequenos e as perdas humanas, muito grande. 

Diante do equilíbrio de forças, os chefes militares passaram a adotar uma nova tática: “a guerra de posições ou de trincheiras”. Nessa forma de combate, eram abertas no terreno valas estreitas, profundas e de grande extensão, protegidas por rolos de arame farpado – as trincheiras. Ali os combatentes mantinham fogo permanente contra o inimigo e se defrontavam como novas adversidades: lama, frio, ratos, doenças. 




No período final da guerra, dois fatos cruciais mudaram o rumo dos combatentes. Um deles foi a entrada dos norte-americanos no conflito em 1917, ao lado dos países da Entente, chamado genericamente de aliados. O outro ocorreu em março de 1918, quando o governo da Rússia decidiu sair da guerra. 

Pouco depois da entrada norte-americana, os aliados retornaram as táticas de guerra de movimento. Graças ao grande numero de soldados enviados pelo governo dos E.U.A, os aliados tiveram êxito, obrigando seus adversários a recuar. Em 30 de outubro de 1918, o governo turco-otomano se rendeu; pouco depois, em 3 de novembro, foi a vez do governo austro-húngaro firmar sua rendição; no dia 11 de fevereiro, finalmente, os alemães também se renderam, reconhecendo a derrota. 


ACORDOS DE PAZ

A primeira Guerra Mundial chegou ao fim depois de ter provocado a morte, segundo estimativas, de 8 milhões de pessoas e deixando 20 milhões de inválidos e milhões de órfãos, desempregados e desabrigados. Além disso, milhares de jovens combatentes voltaram para suas casa com neuroses de guerra, distúrbios psíquico que provoca alucinações e levou muitos a loucura. 

Terminados os combates, tiveram inicio os acordos diplomáticos para definir o novo mapa europeu e os termos da paz mundial. O mais conhecido dentre esses acordos foi o Tratado de Versalhes, firmado em junho de 1919. 

Considerados em seu conjunto, os acordos de paz alteraram substancialmente configuração geopolítica da Europa naquele momento: 

O Império Austro-Húngaro desintegrou-se, dando origem a três novos países: Áustria, Hungria e Tchecoslováquia. 

O Império Turco-Otomano desapareceu e deu origem à Turquia. Seu território foi desmembrado e boa parte dele passou para o controle de franceses e ingleses. 

A Alemanha foi o país que sofreu o maior número de sanções. Seu governo foi obrigado a devolver a Alsácia e Lorena à França, suas colônias passaram para as mãos dos vencedores e suas forças armadas sofreram importantes restrições: não podiam ultrapassar amai de 100 mil homens nem ter armamentos estratégicos, como acanhoes e submarinos. Além disso, o governo alemão teve que pagar uma indenização de 132 milhões de marcos aos países vencedores. 

Por proposta do presidente norte-americano Woodrow Wilson, em 1920, foi criada a Liga das Nações, associação de vários países com sede em Genebra, na Suíça, destinada a garantir a paz e a segurança mundial. 




A guerra de 1914-1918 deixou a economia alemã arrasada. Já para os norte americanos, ela trouxe vantagens econômicas importantes. Durante o período de neutralidade eles obtiveram lucros enormes com a venda de armas e alimentos aos governos dos países envolvidos no conflito. Ao mesmo tempo, Fizeram grandes empréstimos aos governos da França e da Inglaterra. Dessa forma, no termino da guerra os E.U.A haviam se transformado na maior potencia econômica do mundo, ocupando até então o posto que pertencia a Inglaterra.

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