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PORTUGAL E SUA COLÔNIA NA AMÉRICA

A CHEGADA DE CABRAL

Após que Vasco da Gama retornou das Índias para Portugal em 1499, o rei Dom Manuel, o Venturoso, organizou outra expedição para as Índias. O comando da nova frota de dez naus, três caravelas e 1500 homens a bordo foi entregue ao capitão-mor Pedro Alvares Cabral. 

Meses antes da partida Vasco da Gama e Cabral trocaram informações sobre o trajeto. Cabral zarpou de Lisboa, em 9 de março de 1500 e intencional ou não, no dia 22 de abril de 1500, ele e seus homens avistaram pela primeira vez o território que a população nativa chamava de Pindorama – terra das palmeiras. 

Durante dez dias, a frota permaneceu na atual baía Cabrália, nas proximidades de Porto Seguro, na Bahia. Ali, os portugueses travaram contatos amistosos com os Tupiniquim, um povo Tupi. Trocaram presentes, celebraram duas missas com a presença dos nativos e ergueram uma cruz de madeira de quase sete metros de altura para simbolizar a posse portuguesa daquelas terras.

No dia 2 de maio, as caravelas de Cabral partiram em direção às Índias. Uma delas, contudo retornou a Portugal com cerca de vinte cartas que comunicavam as novidades ao rei dom Manuel.


Leia na íntegra a carta de Pero Vaz de Caminha sobre o achamento do Brasil:
Acesse: >> Carta de Pero Vaz de Caminha <<


EXPLORANDO O LITORAL

Apesar da boa-nova, dom Manuel não se interessou em colonizar a região, pois foi informado por carta de que não havia nela indícios de metais preciosos. Entretanto, em 1501 e 1503, Portugal organizou duas expedições com o objetivo de explorar as novas aterras. Ambas foram comandadas por Gonçalo Coelho e pelo navegador florentino Américo Vespúcio.

Nessas viagens os portugueses percorreram a costa entre os atuais estados do rio grande do Norte e de São Paulo. Por onde passaram , deram nome aos principais acidentes geográficos que encontraram. Ao retornar para Europa Vespúcio escreveu cartas relatando o que viu. Devido tamanha repercussão na Europa, em homenagem ao autor, o novo continente passou a se chamar América.



DE OLHO NO PAU BRASIL

Existentes também na Ásia o pau-brasil lá era conhecido na Idade Média pelos europeus, que utilizavam seu corante para tingir tecidos. Entretanto, com a conquista de Constantinopla pelos otomanos em 1453, e o bloqueio do comercio pelo mediterrâneo, o preço da madeira subiu verticalmente. Sua exploração se tornaria a principal atividade econômica dos portugueses na América até 1530.

A derrubada das arvores de pau-brasil era feita pelos nativos que recebiam em troca objetos, como espelhos, miçangas, pentes e pedaços de pano. esse sistema de pagamento sem uso de moedas consiste, na verdade, em uma troca conhecida como escambo.

Com o machado de metal, a extração de pau-brasil se acelerou. Assim, só no século XVI, cerca de 2 milhões de árvores foram derrubadas e embarcadas para a Europa. Por causa dessa extração predatória, o pau-brasil desapareceu do litoral. Atualmente, o pau-brasil encontra-se ameaçado de extinção em seu habitat natural, a Mata Atlântica.


                            PAU-BRASIL

A AMEAÇA FRANCESA

Outras potencias se mostraram interessadas em participar do lucrativo comercio do de pau-brasil. Uma delas é a França. Rejeitando o tratado de Tordesilhas, a partir de 1504 os franceses começaram a organizar expedições para as terras da América que Portugal considerava suas.

Naquele mesmo ano, o navegador francês Binot Paulmier de Gonneville aportou na ilha de São Francisco, no litoral norte da região hoje pertencente ao estado de Santa Catarina, e permaneceu com sua tripulação por seis meses junto aos indígenas Carijó. Retornou par a França com o navio carregado de pau-brasil, peles e penas de animais. 

Preocupados com esse assedio, a principio Portugal enviou expedições guarda-costas par evitar a ação dos concorrente. Todavia, não obteve êxito, uma vez que o litoral era muito grande e difícil de ser vigiado. Diante disso, em 1530 o governo português decidiu iniciar a colonização do território. Essa tarefa caberia ao fidalgo Martim Afonso de Sousa.
 

SÃO VICENTE E A COLONIZAÇÃO

Martim Afonso de Souza partiu de Lisboa no dia 3 de dezembro de 1530, no comando de uma frota composta de cinco embarcações e mais de quatrocentas pessoas. Entre as suas missões no Novo Mundo estavam: capturar embarcações estrangeiras envolvidas no trafico do pau-brasil; estabelecer feitorias e criar núcleos de povoamento.

Em 22 de janeiro de 1532 fundou a vila de São Vicente, no litoral sul do atual estado de São Paulo. Ali foram erguidas as primeiras casas, um pequeno forte, uma capela, a cadeia e o pelourinho. Foi criada também uma estrutura administrativa para melhor organização. 

Além disso, Martim Afonso doou terras aos membros de sua expedição e ergueu um engenho de açúcar que utilizava como matéria-prima a cana-de-açúcar trazida da ilha de madeira.


MARTIM AFONSO DE SOUSA

AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

Navios franceses contudo continuavam a assediar o litoral da colônia portuguesa. Diante dessa situação, o rei dom João III decidiu adotar outro regime de colonização, adotando o modelo de capitanias hereditárias. 

Esse sistema de colonização já havia sido utilizado pelo governo português nas ilhas de Madeira, Açores e Cabo verde. Consistia dividir um território em grandes extensões de terras e conceder a particulares os – capitães hereditários – o direito de explora-las.

Assim , entre 1534 e 1536, o governo de Portugal dividiu sua colônia na América em quinze fatias de terra lineares e paralelas, que se estendiam no sentido norte-sul, de regiões dos atuais estados do Pará e Maranhão até Santa Catarina, e no sentido, leste-oeste, do litoral até a linha estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas. 


TRATADO DE TORDESILHAS

OS CAPITÃES DONATÁRIOS

Os donatários não eram proprietários das capitanias. Por isso, não podiam vende-las, mas somente explora-las. Em compensação, podiam transmiti-las a seus filhos. Entre os direitos e atribuições, estavam o de fundar vilas , doas lotes de terras (sesmarias), nomear funções administrativas e cobrar impostos. Alguns donatários iniciaram tardiamente a colonização de sua capitania, outros nem chegaram a vir, devido ao fato que eles deviam arcar com as despesas da viagem até as novas terras.

Dos oito donatários que vieram para o Brasil, dois morreram em naufrágio e um Francisco Pereira Coutinho, da Capitania da Baia de Todos-os-Santos – foi morto e comido pelos Tupinambá, Pero do Campo Tourinho, da Capitania de Porto Seguro, foi preso e enviado a Inquisição portuguesa, sob acusação de heresia. Apenas Duarte Coelho da capitania de Pernambuco viu seus negócios prosperarem.


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