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O PODER DOS CORONÉIS (CORONELISMO)
O poder dos coronéis e a Política dos Governadores
O poder das oligarquias de cada estado era sentido também no plano federal, pois os deputados federais e os senadores eleitos em cada estado tinham forte ligação com os coronéis, normalmente presidentes dos estados em que eram os grandes senhores de terras.
O presidente da República, para efetivar a sua política e poder governar de fato, dependia da aprovação de suas medidas pelo Legislativo, que, por sua vez, dependia do apoio dos governadores de estados. O vínculo do Executivo federal (presidente da República) com o Legislativo passava necessariamente pelo apoio do Executivo estadual.
Houve um acordo tácito entre as oligarquias mineira e paulista que possuíam as duas maiores bancadas no Congresso e dessa união desenvolveu-se aquilo que ficou chamado de Política do Café com Leite. O estado de São Paulo apresentava uma economia dinâmica assentada na cafeicultura e Minas Gerais se destacava pela criação de gado, em especial o leiteiro, atividades que deram origem à expressão "café com leite".
O partido que fizesse maioria no Congresso dominaria a Comissão de Verificação de Poderes e decidiria a diplomação dos candidatos eleitos. Os demais (oposição), impedidos de assumir a função legislativa, eram, na expressão da época, “degolados”.
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A chamada Política dos Governadores ficou nitidamente delineada no governo de Campos Sales (1898-1902), quando esse presidente procurou negociar dívidas do país na Inglaterra. Foram feitas várias exigências que deveriam ser votadas no Congresso. Como os deputados e senadores eram controlados pelos presidentes de estado, foram entabuladas negociações com eles para que liberassem suas bancadas estaduais na aprovação das medidas necessárias.
Antes mesmo de o candidato eleito Campos Sales (1898-1902) tomar posse em 1898, em razão dos problemas financeiros por que o país passava, ele e o seu ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho, assinaram com os bancos credores uma pauta de renegociação da dívida externa brasileira.
O coronelismo
O coronelismo tem sua origem no período das regências, quando o padre Diogo Feijó, ministro da Justiça, criou, em 1831, a Guarda Nacional, transferindo o poder de polícia para as oligarquias locais. Normalmente, o proprietário de terras e escravos mais poderoso recebia a patente de coronel, comandando a “tropa de elite”.
A força das oligarquias estaduais provinha, então, do controle exercido sobre os grandes coronéis municipais, manipuladores e condutores da massa eleitoral. Essas facções municipais só sobreviveriam se estivessem ligadas ao poder estadual e à oligarquia instaurada no estado.
A economia brasileira nas primeiras décadas da República Velha.
Durante toda a República Velha, o café foi o principal produto da balança comercial brasileira. A importância da cafeicultura já era sentida na economia do país desde o Segundo Reinado, em que os capitais provenientes das exportações de café permitiram uma série de inovações e melhoramentos nos transportes terrestres, nos portos e nas fábricas de beneficiamento.
Esta dependência do café, numa economia pouco diversificada, era um problema sério, pois, apesar de o país produzir quase 50% do café consumido mundialmente, existiam países concorrentes.
Um dos recursos adotados pelo governo federal para defender os interesses dos cafeicultores foi desvalorizar a moeda brasileira, ou seja, a moeda nacional passava a ter valor menor do que a moeda estrangeira.
Um efeito “colateral” dessa política de valorização do café foi o desenvolvimento industrial do país. Como se explica isso?
As medidas de desvalorização cambial deixavam as moedas estrangeiras mais "caras", o que dificultava a importação de produtos. Criava-se, assim, uma espécie de protecionismo via desvalorização cambial. Os empresários, apesar da dependência do setor agrário, já nas primeiras décadas da República organizaram vários centros e associações industriais.
O boom da borracha
A borracha não era sintética, mas retirada de seringais amazônicos. Dessa forma, além da cafeicultura, figurava na pauta de exportações brasileiras, na virada do século XIX para o XX, este artigo fundamental para a indústria automobilística mundial.
A borracha revitalizou a economia do Amazonas e do Acre. Esse território foi comprado da Bolívia em 1903, durante o governo de Rodrigues Alves. Brasil e Bolívia assinaram o Tratado de Petrópolis, formalizando a incorporação do Acre ao território brasileiro.
A borracha chegou a alcançar o segundo lugar na pauta das exportações brasileiras no período de 1890 a 1914. O ciclo da borracha atraiu enorme quantidade de migrantes nordestinos, submetidos a condições sub-humanas de trabalho.
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